Introdução
1 - A palavra grega apokaluptein significa "descobrir", "desvendar". O "apokalupsis", pois, é uma revelação ou desvendamento, é uma "Visão profética". É um tipo de pensamento que surgiu no judaísmo posterior e no cristianismo antigo foi designado também por esse nome (entre os anos de 164 A.C e 120 D.C). Os livros apocalípticos foram escritos para mostrar e descrever eventos futuros preditos, que poriam fim ao domínio do mal no mundo, de forma repentina, com o triunfo dos justos para viverem em um mundo renovado em uma nova era, sob o domínio total do Rei Jesus Cristo.
Propósito psicológico dos escritos: ajudar os judeus (e cristãos) a resistirem a tiranos terrenos e a nações abusivas mediante intervenção divina. Isto foi baseado na crença de que os poderes políticos de Roma e outras potências estrangeiras eram controlados por forças diabólicas. Deus no final prevaleceria. Os livros apocalípticos crêem no fim próximo, fortalecendo dessa forma o povo de Deus para enfrentar as perseguições.
2 – Toda literatura apocalíptica aborda questões relativas aos "tempos do fim", o término do "mundo"(sistema) conforme o conhecemos e o começo do "estado eterno". Fala das condições que haverão nos últimos tempos, nos tempos futuros, com seus dias de angústias e tempestades, iniciando-se uma nova era.
Os escritos apocalípticos cristãos refletem o desapontamento dos discípulos de Cristo por não ter se materializado seu reino em sua própria época. Logo passaram a encarar os acontecimentos de sua época (perseguições) como necessários à inauguração de um reino que se estabeleceria no futuro, no "tempo da volta de Cristo" ou "parousia". Isto preencheu um vazio psicológico pois tem mantido, de lá para cá, acesa a esperança da sua vinda, permitindo à Igreja santa sua marcha vitoriosa pela história.
Para uma nação que rejeitou o Messias, sua crença cristianizada na expectativa da sua segunda vinda passou a dominar a igreja primitiva. A ansiedade com que aguardavam uma volta imediata de Jesus haveria de desfazer o erro de sua "rejeição". Então a literatura apocalíptica descreve a morte lenta do antigo sistema mundano e o nascimento da nova era que se seguirá.
Do ponto de vista "atual" ou "presente", tal literatura oferece força espiritual para passar pelas aflições, desapontamentos e pressões desta era maldosa. A antevisão da vitória final, enche de certeza de que os terrores passarão a qualquer momento. Os escritos bíblicos garantem que os adversários de Deus não escaparão do julgamento final e que a esperança de um governo justo de cumprirá.
3 – Características dos escritos apocalípticos:
São sempre reveladores (ali há revelações, sonhos, visões, viagens celestiais em espírito, tudo o que ultrapassa a normalidade da mente humana limitada). Assim é que todos os acontecimentos a partir da sua enunciação têm-se mostrado fielmente cumpridos e confirmados pela história mística secular;
São de cunho profético e histórico /didático/instrutivo (apesar de sua expectativa de cumprimento profético inquestionável, revelam verdades que representaram e representam "meios" de ensino e aprendizagem do que Deus deseja ensinar ao seu povo/nação);
Usam verdades místicas e simbólicas ao invés de verdades físicas e literais. A fé religiosa pode ser ensinada com habilidade, mesmo sem o uso básico de acontecimentos históricos reais do passado ou proféticos. Para isto são utilizados símbolos. Exemplo disso são as parábolas de Jesus. No livro de Daniel, por exemplo, a imagem com dez dedos, de barro e ferro representa os reinos e federações do mundo embora não seja uma verdade literal. No capítulo 9 do Apocalipse de João, os gafanhotos e escorpiões não são insetos literais mas simbólicos, assim como os cavaleiros do sexto capítulo. Estão, sim associados aos julgamentos divinos e condições gerais que precedem a "parousia".
Livros apocalíptivos são dualistas . Retratam a criação como algo envolvendo luta mortal ente duas forças cósmicas: uma boa e outra má. Entre Deus e Satanás. Anjos e demônios. Razão absoluta e Erro absoluto. Os partidários humanos do confronto sairão perdedores ou ganhadores. Envolve o confronto entre duas eras: A presente, de Satanás, e a futura, do Messias de Deus. Pecado e degradação. Perdição de almas e salvação de almas. Confronto entre o mundo pervertido atual e o mundo do domínio espiritual de paz, santidade e bem-estar espiritual. No final, o espiritual, de Deus, prevalecerá sobre o humano e terreno, de Satanás.. Os escritos apocalípticos apresentam aos homens o desafio de escolherem a Deus e seu caminho, a sua era, rejeitando o que Satanás tenha a oferecer-lhes.
Os livros apocalípticos são deterministas. A vitória eventual do mundo vindouro sobre o mundo presente , do bem sobre o mal , é algo determinado pela mão de Deus. Seu triunfo é seguro e inevitável embora pareça demorar-se. O processo histórico está do lado do bem e de Deus e nada pode alterar tal fato, pois esta é a vontade do Todo Poderoso. O fim de Satanás e seu sistema está definido em "dia e hora".
Os livros apocalípticos são ao mesmo tempo altamente otimistas e pessimistas. Ao exporem as coisas horríveis que acontecerão e o quadro triste de depravação, garantem que fluirá um mundo opostamente resplendente e belo. Ao cataclisma se seguirá a ordem e o progresso eternos sob as ordens do Altíssimo.
São intensamente éticos. Convocam os homens a abandonarem seus pecados se optam para participarem da glória de Deus. Terão sua justa oportunidade.
Os livros apocalípticos são ao mesmo tempo altamente otimistas e pessimistas. Ao exporem as coisas horríveis que acontecerão e o quadro triste de depravação, garantem que fluirá um mundo opostamente resplendente e belo. Ao cataclisma se seguirá a ordem e o progresso eternos sob as ordens do Altíssimo.
São intensamente éticos. Convocam os homens a abandonarem seus pecados se optam para participarem da glória de Deus. Terão sua justa oportunidade.
4 – Literatura apocalíptica
Velho Testamento: Isaías 24-27; Eze 38-39; Daniel; Joel 2-3; Zac 12-14
Novo Testamento: Marcos 13; Mat 24; II Tess; Apocalipse de João
Livros Apócrifos(não fazem parte da Bíblia Sagrada) : I Enoque; Assunção de Moisés; II Enoque; II Baruque; III Baruque
Apêndice :
Os números e seu sentido na cultura judaica. A listagem abaixo é de certa forma sugestiva, apesar de representar formatização verdadeira, mas não absolutamente atual, uma vez que se apóia no contexto cultural do panorama bíblico vigente às épocas da elaboração dos escritos.
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1 – Um utiliza-se para transmitir o conceito da unidade de Deus, por exemplo Deut. 6:4. Um também expressa a unidade entre Cristo e o pai (João 10:30), a união entre os discípulos e a deidade, e a unidade que existe entre os Cristãos (João 17:21). Um também expressa a unidade de propósito (Lucas 10:40).
2 – Dois pode ser um número tanto de unidade como de divisão. O homem e a mulher formam uma unidade básica da família. Os animais se associam por pares e entram na arca de dois em dois. Duas pessoas trabalham juntas em companheirismo por exemplo os espias de Josué. No sinai foi dado duas tabuas de pedras com as leis. Dois também significa Confirmação ou Testemunho. Jesus envia os discípulos de dois em dois. No Antigo Testamento era necessário duas testemunhas para se confirmarem quaisquer situações, para então levar-se aos representantes da lei.
3 – Três É natural associarmos o número três com a trindade Divina. O número três é também associado aos atos potentes de Deus (Ex.19:11). Deus ressuscitou Cristo dos mortos ao terceiro dia. Três dos discípulos desfrutam de uma posição privilegiada de intimidade com Cristo. No Golgota haviam três cruzes.
4 – Quatro é o número dos lados de um quadrado. O nome divino de Yahvéh tem quatro letras (YHWH). Quatro eram os rios que saiam do jardim do Édem, a terra tem quatro ângulos de onde sopram os quatro ventos. Na visão de Ezequiel da Glória de Deus ele viu quatro seres viventes.
5 – Cinco e Dez e seus múltiplos, aparecem frequentemente devido que na Palestina se emprega o sistema decimal. No Antigo Testamento são mencionados Dez patriarcas antes do dilúvio. Os egípcios sofreram dez pragas e existem dez mandamentos. Na parábola de Lucas 15:8 a mulher possuía 10 dracmas, e na parábola das minas se menciona dez minas, dez serventes e dez cidades (Lucas 19:11-27). Das dez virgens, cinco eram prudentes e cinco insensatas (Mat. 25:2). Cinco passarinhos se vendiam por quatro. O número dez portanto significa completo. Cinco representa também os cinco ferimentos de Jesus na Cruz (mãos, pés o lado), por isso é o número do sacrifício.
6 – Seis no relato da criação, Deus criou o homem e a mulher no sexto dia. Seis dias foi dado ao homem para trabalhar. O Servo hebreu tinha que servir durante seis anos para ser liberto. Em conseqüência o número seis está intimamente associado com o homem. O número seis também representa a imperfeição, pois vem antes do sete que é o número da perfeição.
7 – Sete ocupa um lugar proeminente entre os números das Sagradas Escrituras e está associado com a idéia de consumação, cumprimento e perfeição. No relato da criação Deus descansou da sua obra no sétimo dia, e o santificou. Isto serviu de modelo: - para o dia de repouso em que o homem devia se abster do trabalho; - para o ano sabático e também para o ano jubileu, que seguia um período de sete vezes sete anos. As festas dos pães asmos e do tabernáculo duravam sete dias. O dia da expiação correspondia ao sétimo mês.
8 – Oito representa um novo Marco, um novo Momento a partir de uma determinada situação, uma nova dispensação começará no mundo espiritual. I Pedro 3:20 conta que oito pessoas se salvaram na arca de Noé. A circuncisão do filho varão se dava ao oitavo dia. Na visão que Ezequiel teve do novo templo os sacerdotes sacrificavam no oitavo dia (43:27).
9 – Nove representa uma promessa, por isso a mulher espera nove meses para dar a luz. Nove também é o número do mistério e dos anjos.
10 – Dez ver cinco.
12 – Doze o ano Hebreu estava dividido em doze meses, o dia em doze horas. Israel teve doze filhos e doze tribos. Cristo elegeu doze apóstolos. Doze está ligado aos propósitos eletivos de Deus. Doze também significa a plenitude, uma ação direta da divindade. Quando Jesus multiplicou os pães e os peixes, sobejaram 12 cestos, a cidade celestial tem doze fundamentos.
13 – Treze tem duplo significado ; 1. Libertação. O livro de Juizes acusa o levante de Treze libertadores. Em Ester, quando o povo de Deus se vingou era dia Treze. Obs. A libertação dos escravos no Brasil deu-se no dia Treze. Treze é muitas vezes usado como o número da traição, pois a mesa da última Ceia, haviam treze, mas um traiu ao Senhor e se suicidou.
14 – Quatorze representa a restauração, isto pode ser visto na genealogia de Mateus, em que as investidas de Deus, visando a restauração de Israel estão divididas de quatorze em quatorze gerações. O capitulo quatorze de Zacarias fala da estrondosa restauração de Israel.
40 – Quarenta é o número da provação e tentação. O dilúvio durou quarenta dias e quarenta noites. Israel caminhou quarenta anos no deserto. Moisés, permaneceu quarenta dias no Monte Sinai. Após o batismo Jesus foi tentado por quarenta dias no deserto.
70 – Setenta representa a administração do mundo por parte de Deus. Após o dilúvio o mundo foi repovoado por meio de setenta descendentes de Noé. Setenta pessoas desceram ao Egito junto com Jacó, foi nomeado setenta anciãos para ajudar Moisés a administrar Israel no deserto. O povo de Judá passou setenta anos de exílio na Babilônia. Jesus enviou setenta e disse que se devia perdoar setenta vezes sete.
100 – Cem é o resultado de dez vezes dez, o número do absoluto e da plenitude.
666 – Seissentos e sessenta e seis é o número da besta em Apocalipse 13:18.
1000 – Mil representa o incalculável, o perfeito e a eternidade
Fonte de Pesquisa: Bílblia Sagrada; Antigo Testamento Interpretado (Russel N Champlin); Novo Testamento Interpretado (Russel N Champlin); Manual Bíblico(Halley)
Agradecemos aos amados irmãos da Congregação Batistno no Conjunto Medici através do amado irmão Adélio, pela amável colaborção que o nosso Deus Vivo continue abençoando a todos os amados.